sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Vejo a hora passar como quem já não espera mais nada.

A chuva cai, o sol nasce e se põe.

Contento-me em olhar os ponteiros.

Os das horas, dos dias, dos anos.

À sombra de sonhos e vontades, que se perdem em meio a delírios.

Da vida, só espero a morte.

Jazigo em poeira de estrelas, já sem brilho.

Espero contar com o ontem.

Desejo morto de quem já não enxerga a luz do dia.

Maldição das horas que insistem em não parar.

Ah, os ponteiros.

Tortos, soturnos, presos em seu próprio tempo.

Corroem por dentro sonhos de quem não sabe mais o que sonhar.

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