quarta-feira, 24 de junho de 2020


O dia começou atropelado e antes do meio dia, já quis morrer algumas vezes.
Já quis silêncio, escuro, lugar pra me aninhar e esperar a vida passar.
Quis desistir de tudo, quebrar o apartamento, gritar aos quatro ventos que nada mais faz sentido.
Gritei e quebrei tudo. Dentro.
Cacos despedaçados ao som de zunidos incessantes no interior de mim.
Perfurei veias em pensamento e deixei jorrar o sangue nesse salão de incertezas.
Por fim, dancei valsa com fantasmas que o habitam.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Os remédios já não fazem mais efeito.

Falta vontade. Sobra silêncio.

Para fora do corpo, nada.

Dentro, vulcão em erupção.

Lava incandescente, quente e raivosa.

Campo minado. Bomba relógio.

Nenhuma palavra brota da boca.

Nascente seca. Silêncio paralisante.

Olhar perdido no caos de dentro.

Tudo se mistura ao sangue que sai da veia que rompe.

Sangue, suor, lágrimas, silêncio.