E já que o assunto é filosofia, a minha, tão vã, tem sido
levantar da cama todos os dias. O relógio bate 10, depois 13, às vezes 16 ou
até 17. Quem sabe 18, quando a sirene da fábrica toca. Essa luta implacável
entre o travesseiro e a luz do dia. Essa coisa de respirar fundo e tentar.
E por falar em respirar, descobri recentemente que respirar
dói. Muito. Não essa coisa que fazemos inconscientemente do ar entrando e
saindo de qualquer jeito. Respirar dói e definitivamente, eu não sei fazê-lo.
Voltando ao sono. Cristãos poderão chamá-lo de pecado. Eu,
pecador, e o alimento diário para um dos
capitais chamado preguiça. Eu o chamo filosofia. A coisa do ser e não
ser. A coisa do não querer. A pergunta que se faz quando se está lá, inerte,
respirando razoavelmente bem, é qual a diferença que alguém pode fazer no mundo. Tanto
faz se está dormindo ou acordado, desde que não tenha uma ocupação social
naquele período. Sendo assim, a diferença é nula. E a filosofia é quase de botequim.
E a mim resta saber o que faço eu no mundo. Essa coisa
cheia de carne e gordura e cheia de pensamentos vis. Pensa tanto que se cansa
de pensar. E dorme. Mais um cochilo. Três horas depois, já está a pensar
qualquer coisa outra que canse o suficiente para dar fome.
Um parágrafo de um livro depois e são apenas palavras,
combinadas e misturadas que não dizem nada. Nada faz sentido. Não me lembro nem
da última que li. Palavra, digo. Quando mais a frase ou o parágrafo todo.
E já que o assunto é filosofia, a minha, tão vã, tem sido me
livrar dos pensamentos às 2 da manhã. Ou às 3, ou às 6, quem sabe. Daqueles pensamentos
que levam a lugar algum. De outros que partem de vários lugares que prefiro não
retornar.
E por falar em não retornar, melhor dormir que tudo passa.
Um comentário:
And there she goes, in an eternal loop of life.
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