quinta-feira, 6 de junho de 2013

Amores que vêm e que vão

                                                                   Foto: Adilson Vieira


Se venho até a sacada do quarto e tento ver a lua, nesse céu quase azul de outono, penso que quase posso plagiar aquele que diz que não existe amor em São Paulo. Talvez de fato não haja. 

Mas se é para falar de amor, prefiro pensar nos que não tive. Daqueles que vêm e que passam, depois de um gole de vinho, ou vários. Ah, se essa sacada falasse e pudesse contar meus segredos, ou ainda contabilizar minhas lágrimas de noites de pura solidão. 

Sou daquelas que flerta com cada gole de cerveja e escolhe um amor com quem vai passar a noite. Uma noite, algumas talvez. Mas nunca noites demais para ser um amor daqueles que fazem jus a esse nome. Amores que acontecem na noite e acabam na manhã seguinte. E quando o fim de semana se vai, a cama permanece vazia, edredon e travesseiro, e de lembranças, as cinzas dos cigarros.