Hoje é o último dia da minha vida. O céu amanheceu cinza. O sol
acordou com sono. O vento, atordoado, ecoa na janela. Cheiro o café que ainda não foi feito.
Hoje poderia ser o último dia da minha vida. O feixe tímido de
luz invade o buraco da cortina. Os sons. As sombras. Passei a gostar de roxo. E o café ainda não foi feito.
Hoje é o último dia da minha vida. O som da água que ferve. O cheiro do café frasco do vizinho. Luzes que não se
acendem. Olhos que não querem abrir.
Sinto. Cheiro, tato. Escuto.
Sinto. Cheiro, tato. Escuto.
Hoje poderia
ser o último dia da minha vida. Enquanto isso, vivo. E o hoje se acaba.
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