quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Menina


Sentiu o coração palpitar. Faltou-lhe ar. Despertou do sono, um pesadelo.
À sua volta, escuro. Puxou o ar que faltava, desespero.
Sentiu fincar a dor. Lembrou que não era sonho. Sentiu de novo a dor.
Dor que não lhe pertencia, mas lhe doía.
E saber que a dona da dor a sentia tão mais intensamente, doía.
Decidiu querer ser super-herói, mesmo sem vocação.
Se pudesse um superpoder, o sabia. Não quer a força, mas a dor.
A dor daquela menina. Tão doce e frágil menina. 
Elevada a qualquer potência, se preciso for.
Anjos não podem sentir dor, constatou. Anjos não sentem dor. 

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