quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
Um bom se, talvez a paz. Ou talvez, apenas números
Sonhei sonhos que pensei ser outra pessoa para realizar. Outros, eu fiz. Mas ainda há mais. Muitos. Ainda não são 10.220. São poucos mais de 10 mil. Quero mais. Quero os 20. Os 20 mil, os 30 anos. E depois dos 30, os quarenta, os 100.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Coleção
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Soltos
Para quem não se desprende, entende.
Para tudo o que é igual, diferente.
Para cada qual, o qual, sente.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Quando
domingo, 31 de julho de 2011
Feliz velho novo
Nova cidade
O novo velho eu
Solidão
terça-feira, 19 de abril de 2011
Personagens
sábado, 16 de abril de 2011
Si
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Carta a um amigo
Depois de muito tempo sem sentir aquele frio na barriga e borboletas no estômago, o coração resolveu disparar para o desconhecido. Acontece que, depois de conhecer e se envolver, percebemos que são muitas as diferenças. Quase como Eduardo e Mônica, mas com tipos próprios de diferenças.
O que não nos contaram é que nem sempre tudo tem que ser igual. E que a história de que os opostos se atraem também pode não ser tão verdade assim.
O que nos resta? Arriscar. Sentir. E ver até onde essa paixão inesperada pode nos levar.
Semanas depois, a paixão deixa de ser tão avassaladora e dá lugar a uma certa ausência. A um sentimento daqueles confusos, que já sentimos antes e que nos dispusemos a não viver nunca mais. Mas não somos nós quem controlamos essas coisas, embora gostaríamos muito.
E o frio na barriga passa a virar uma série de perguntas sem respostas e silêncio no telefone - quando ele toca.
As noites de sexo passam a virar noites de sono para um e de insônia para o outro.
O que está acontecendo?
Boa pergunta! Talvez a paixão tenha vindo apenas para nos mostrar que ainda podemos nos apaixonar e sentir as borboletas, antes adormecidas dentro de nós.
Que o ceticismo pode deixar de existir, que vamos encontrar pessoas certas e erradas pelas nossas andanças e boemias. E que de nada adianta as borboletas existirem se não as colocarmos para voar de quando em quando.
Infelizmente não podemos controlar nossos sentimentos - embora tentemos e o queiramos fazer. E menos ainda, controlar o sentimento do outro.
E acredito ainda que o esfriamento não esteja necessiariamente ligado às diferenças ou às semelhanças. Acredito estar ligado ao tempo e à sintonia de cada um. É importante respeitar o tempo do outro e respeitar o nosso próprio tempo.
E às vezes, quando nos deparamos com uma nova paixão, tudo o que queremos é que ela caminhe para a estrada da felicidade eterna. Já parou pra pensar que isso pode ser até o nosso espírito cômodo falando mais alto? "Já encontrei mesmo, então, que seja essa a pessoa e eu não tenha mais trabalho."
Às vezes não é assim. Nem pra gente, nem pro outro. Às vezes, simplesmente não é, seja nas diferenças ou semelhanças.
E o melhor de tudo é já estarmos calejados e perceber mais clara e friamente quando não é e, assim, insistir menos e evitar sofrimentos.
Nunca vamos saber quando encontramos o amor de nossas vidas. Não sabemos nem ao certo se ele de fato existe.
Enquanto isso, o que vale é o risco. Risco de começar e terminar. De tentar ou desistir. De querer esse ou optar pelo próximo. E a vida continua. E próximos virão. Ou aquele que passou, passa de novo e, agora para ficar.
Infelizmente não há fórmula. Apenas tentativas.
domingo, 3 de abril de 2011
Tormento
Não sou nada além de mim
Esse ser pacato e insosso
Que faz perguntas, mas é vazio de si
Sou quem vive entre medos e fantasias
Que teima em existir sem ter porquê
E vai durando somente o necessário
Entre devaneios e sonhos bons
Eu?
Sou a negação e o tormento
A procrastinação de ser feliz
A resposta para pergunta alguma
Eu sou nada que existe além de mim
quinta-feira, 24 de março de 2011
Sintomas
domingo, 20 de março de 2011
Ode ao amor
Romântico e aventureiro
Meio poético e sonhador
Eu quero viver um grande amor
Desses que te acordam com juras ao ouvido
Ou te surpreendem com um suspiro
E que não quer ter razão
Um amor com todos os clichês de novela
Que faz rimas de poemas
E se alimenta de sexo e paixão
Quero viver um grande amor
Desses que se espalha pela casa
De dia, de noite ou madrugada
E acorda com sede de emoção
Um amor, desses que beira a insanidade
Porque se sabe que é verdade
Sem ter que se dar explicação
quinta-feira, 10 de março de 2011
Visceral
Brilho diferente no olhar. Daquele tipo insistente.
O dia, mesmo cinza e chuvoso, passou a ter seu encanto.
Passou a enxergar os tons do cinza, ao invés do cinza opaco. E ainda encontrava entre a chuva, o verde das árvores.
Por dentro, um sentimento que não sabia explicar. Um misto de inquietação com calmaria. Uma inquietação boa, daquelas que faz ter vontade de sorrir.
As palavras passaram a ser ditas com mais doçura, pronunciadas com o deleite de quem desfruta de um manjar.
A água passou a ter gosto.
Aquele vulcão parece ter se acalmado. E pelo vidro, ela passou a enxergar a vida.
A letargia deu lugar à vida. À vida em todas as suas possibilidades. Na paixão e na dor.
Resolveu sentir tudo na alma. Com a alma. Que fosse um dia comum ou um mero bom dia ou tchau.
Pode ter a ver com paixão. Aquela que se sente quando se olha no espelho. Quando se toca e se sente. A paixão por si e pela vida. Pela própria vida.
Resolveu querer viver. Viver com tudo, corpo e alma. Assim, visceral.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Da inspiração
Fontes de inspiração que se tornam escassas
Se secam
Sede
As árvores no horizonte
A gota que cai
O amor
Se entregar
Sentir
Visceral
Rir sem motivo
Brilho nos olhos
Inquietação da alma
A insegurança
A incerteza
Buscar dentro de si
Olhar para si
Olhar para o outro
Do outro
De si
De dentro
Buscar inspiração
Dentro da alma
Da alma
O claro e o escuro
O seco e o molhado
O corpo
Inspiração
Inspirar
Respirar
Criar
Amar
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Vidro
Estou presa em algum lugar
Busco forças pra me libertar, mas não consigo
Esse lugar é sufocante e escuro
E a vontade de me libertar é grande, mas não encontro a saída
E quanto mais eu me movimento para sair
Mais presa eu fico
Estou presa em algum lugar
Desse lugar eu consigo ver a vida acontecendo
Vejo a claridade do dia, a escuridão da noite e o brilho da lua e das estrelas
Vejo os pássaros que voam e as pessoas que habitam a vida
Vejo até a mim mesma
Mas sei que, lá fora, não estou completa
Não sou eu de verdade
Eu estou nesse lugar, escuro, sombrio
Presa de mim mesma, sem poder ser eu
Afinal, não tenho ideia de como seria se me juntasse ao eu que está lá fora
Esse lugar me aflige, me deixa angustiada
Me faz querer quebrar as barreiras para que eu possa viver de fato
Mas eu estou presa lá
Já pensei que a solução pudesse ser a arte
Mas não acredito que haja talento ou capacidade para me entregar a ela
E nesse lugar, a única companhia são todas as possibilidades de mim mesma
As frustrações de não ter sido nada além daquele eu preso ali
Ou nada daquele eu sem graça e sem vida que habita lá fora
De que adianta estar livre e poder viver, se não se vive?
Eu, presa, se liberta viveria
Faria da vida uma grande tela, pintada com todas as emoções possíveis
Uma partitura com notas jamais ouvidas
Um livro
Um palco
Um palco
Estou presa em um lugar
Escuro, sombrio, asfixiante
Vazio de pessoas, mas repleto de sentimentos que atormentam
Parece o fundo de um vulcão
E esse lugar tem um vidro
E dele, eu vejo o mundo real
E eu me vejo lá
Apenas existindo
Foto e texto: Lorena Medrado
Tratamento foto: Flávio Mex
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Sobre a dor
Embora saibamos que é a única certeza de todos nós, tentamos viver como se ela não existisse. Vivemos como se fôssemos eternos. Planejamos a médio/longo prazo com a certeza de que estaremos lá para cumprir todas as etapas. Seres humanos. Querem controlar tudo, até a sua própria data de validade.
Realmente não estamos preparados para a morte. Nem a nossa, nem a do outro. Pensar que posso dormir agora e não acordar pela manhã é algo mesmo assustador. Porém, pode ser mais certo do que o plano de viagem para daqui a dois meses. Vai saber.
E entre os dois extremos, seria bom encontrar a média. Hojes bem aproveitados e amanhãs bem planejados. De forma assim, natural. Sem a neurose de que o dia de hoje é um dia a menos na vida. E sem a certeza da existência de eternos amanhãs.
O fato é que não estamos preparados para lidar com nossas perdas. Seres humanos não querem perder nada.
A idéia de morte é tão assustadora que às vezes não permitimos que algumas coisas morram dentro de nós. Uma dor. Às vezes guardamos algumas dores, aquelas que foram (ou ainda são) especiais. Colocamos no armário mais escondido e trancamos à chave, mas vez por outra nos pegamos olhando pelo buraco da fechadura. Só pelo prazer de vê-la lá, ainda nossa, ao invés de enterrá-la em um terreno sem possibilidade de exumação.
Nem a dor nós deixamos ir. Talvez por medo de ficarmos vazios. De continuar olhando pelo buraco da fechadura e não ter nada lá. Nem a dor nós deixamos morrer. Não deixamos por medo. O medo do Jaz aqui uma dor insubstituível. O medo jamais a deixaria descansar em paz.