Tem dias, que sinto que vou morrer de mim
mesma. Que dentro de mim existe um bicho selvagem, uma fera indomável, que mostra sua fúria.
Essa fera, ora contida, ora esganiçada, quer devastar
a mim. E somente a mim.
E começa aos poucos, mostrando a sua inquietude.
Primeiro, um grito. Um urro grave e descontido que ecoa no estômago, sobe esôfago acima, mas o contenho na garganta.
Primeiro, um grito. Um urro grave e descontido que ecoa no estômago, sobe esôfago acima, mas o contenho na garganta.
Depois, as garras. Querem perfurar a pele. Membrana,
tecido, as sinto, raivosas e impiedosas, chegando na derme, com sua selvageria
mais visceral.
Então, os olhos. Vermelhos, em chamas, vão penetrando violentamente os pensamentos. Já dentro da cabeça, devora cada pedaço de sanidade que
teime em existir.
Domina.
Sou bicho. Irracional. Raivoso. Em fúria. Quase um transe.
Sou bicho. Irracional. Raivoso. Em fúria. Quase um transe.
Dentro de mim, existe essa besta. Prestes a sair pelo meu
ventre, dentes em posição de ataque, corpo em posição de morte.
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