Foto: Adilson Vieira
Se venho até a sacada do quarto e tento ver a lua, nesse céu
quase azul de outono, penso que quase posso plagiar aquele que diz
que não existe amor em São Paulo. Talvez de fato não haja.
Mas se é para falar
de amor, prefiro pensar nos que não tive. Daqueles que vêm e que passam, depois
de um gole de vinho, ou vários. Ah, se essa sacada
falasse e pudesse contar meus segredos, ou ainda contabilizar minhas lágrimas de noites de pura solidão.
Sou daquelas que flerta com cada gole de cerveja e escolhe um amor com quem
vai passar a noite. Uma noite, algumas talvez. Mas nunca noites demais para ser
um amor daqueles que fazem jus a esse nome. Amores que acontecem na noite e acabam
na manhã seguinte. E quando o fim de semana se vai, a cama permanece vazia,
edredon e travesseiro, e de lembranças, as cinzas dos cigarros.
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